Atores e produtores estiveram reunidos nos últimos dois dias para tentar resolver a crise.
Greve de atores de Hollywood em novo impasse
Miguel Azevedo
Parece que ainda não é desta que está para terminar a greve de atores de Hollywood, que dura há já 105 dias. Apesar do Sindicato dos Atores de Cinema e Televisão da América (SAG-AFTRA) e a Aliança de Produtores de Cinema e Tele- visão (AMPTP) terem regressado à mesa de negociações, numa reunião que começou na terça-feira e que se arrastou para o dia de ontem (à hora do fecho desta edição ainda não eram conhecidas as conclusões), o impasse deverá continuar. Mas “a luta ainda não acabou”, escreveu esta quarta-feira a SAG-AFTRA no seu site oficial, alertando todos os associados para não acreditarem “em tudo o que leem na imprensa”.Mas afinal porque razão não se entendem as partes? Se é verdade que, dos pontos em cima de mesa, a melhoria das condições de trabalho básicas e a regulamentação do uso da inteligência artificial (inclui indemnização aos profissionais e uma cláusula de consentimento) parecem estar bem encaminhadas para um acordo, o problema maior reside no aumento dos direitos residuais, que mais não são do que o bónus que os profissionais recebem sempre que uma das suas produções é retransmitida num serviço de streaming. As contas já foram feitas e a medida poderia custar aos estúdios norte-americanos cerca 472 milhões €/ano. No que toca ao salário mínimo, o SAG-AFTRA reivindica um aumento de 11%, bem como um incremento das contribuições para segurança social e pensões, sendo que este ponto parece estar ao alcance das negociações. Recorde-se que a greve convocada a 13 de julho tem vindo a comprometer muitas séries, filmes e estreias em todo o mundo.
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