Ana Gomes, diplomata portuguesa e ex-eurodeputada
Horacio Villalobos
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU) continua a ser alvo de duras críticas por parte de Israel. Por cá, diplomatas, antigos ministros, assessores e embaixadores de Portugal nas Nações Unidas ouvidos pelo Expresso admitem que António Guterres defendeu uma posição “equilibrada”, mas há quem aconselhe ainda assim mais cautela nas palavras
Há um dia sob ataque do Governo e da diplomacia israelita, após o discurso no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres continua a ser alvo de duras críticas por parte de Israel – que exigiu de imediato a sua demissão –, depois de ter afirmado que os ataques do Hamas “não aconteceram do nada” e que o povo palestiniano “foi submetido a 56 anos de ocupação sufocante”. Palavras que foram interpretadas como uma “desvalorização” ou “quase legitimação” dos ataques do grupo terrorista. Por cá, o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros já se solidarizaram com o secretário-geral da ONU, a esquerda também, enquanto IL e Chega criticam o secretário-geral da ONU e o Chega ate apresenta um voto de condenação no Parlamento e pede a demissão de Guterres. Também diplomatas, antigos ministros, assessores e embaixadores de Portugal nas Nações Unidas ouvidos pelo Expresso admitem que o secretário-geral da ONU defendeu uma posição “equilibrada”, de “bom senso” e “contenção” até no conflito. Mas há quem aconselhe ainda assim mais cautela nas palavras, que em diplomacia assumem “maior peso”.
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