A Polícia Metropolitana de Londres decidiu esta quarta-feira pela destituição dos agentes, após as conclusões de uma comissão disciplinar considerar que Jonathan Clapham e Sam Franks mentiram ao afirmar que detetaram odor a canábis quando o casal foi detido, a 4 de julho de 2020, durante uma operação rodoviária.
Os dois atletas queixaram-se de discriminação racial e alegaram que foram alvo de ação policial pela cor da sua pele, algo agora confirmado pela comissão disciplinar, depois de os cinco agentes terem negado agir por racismo, antes pela "conduta suspeita" do atleta português.
Os outros três agentes foram ilibados.
O atleta português de 27 anos, especialista dos 400 metros, e a velocista britânica de 28 anos, que são casados, foram detidos a 4 de julho de 2020 no oeste de Londres enquanto viajavam de automóvel com o bebé de três meses, tendo sido algemados e revistados pela polícia, que não encontrou nada de irregular.
O Gabinete Independente de Comportamento Policial (IOPC) lançou em julho de 2020 uma grande investigação sobre a dimensão da discriminação racial na polícia britânica, na sequência do movimento 'Black Lives Matter'.
Como parte das manifestações antirracistas desencadeadas em todo o mundo pela morte de George Floyd, um norte-americano asfixiado por um polícia nos Estados Unidos, vários casos de possível violência policial contra minorias provocaram indignação no Reino Unido.
A ex-comissária da Scotland Yard, Cressida Dick, anunciou a demissão em fevereiro de 2022 após um relatório negativo do IOPC que denunciava o comportamento racista, misógino e discriminatório dentro da força policial, com o autarca de Londres, Sadiq Khan, a saudar a investigação então lançada.