Rui Oliveira
Com a recusa em ultrapassar as 150 horas extraordinárias anuais, já em outubro haverá “urgências de algumas especialidades sem médicos, em vários hospitais”. Os dados, fornecidos pela Federação Nacional dos Médicos, traduzem o cansaço dos profissionais, que dizem estar “exaustos” devido ao trabalho, por “não serem ouvidos” e pelo “impasse nas negociações” com o Ministério da Saúde
“Mais de 1500 médicos” em “mais de 20 hospitais” de norte a sul do país já manifestaram a indisponibilidade de ultrapassar o limite legal de horas extraordinárias – 150 anuais. Os dados foram avançados ao Expresso nesta quinta-feira pela vice-presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Vitória Martins.
Viana do Castelo, Vila Real, Penafiel, Bragança, Guarda, Viseu, Aveiro, Leiria e Santarém são alguns exemplos de unidades hospitalares mencionadas pela responsável, numa decisão que tem sido recomendada pela organização desde maio, mas cuja adesão tem vindo a aumentar ao longo das últimas semanas.
“Os médicos estão exaustos: exaustos no trabalho, exaustos de não serem ouvidos, exaustos face ao impasse nas negociações que ocorrem com o Ministério. Chegaram ao limite da sua capacidade de esforço”, justifica Vitória Martins. Os profissionais sentem que “não estão a ser ouvidos, quer na mesa das negociações, quer nos hospitais e pelos conselhos de administração”.
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