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Isto é usar quem trabalha

A CIP limita-se a propor borlas fiscais para os seus e a transferência de recursos da Segurança Social para um sistema de capitalização. O aumento que realmente promete é menos do que já está a ter de dar. Com lucros dilatados, nem quer saber do rombo nas contas públicas e pensões. Entrámos na fase desbragada da demagogia, usando a aflição dos trabalhadores para interesses unilaterais

O Pacto Social da CIP, sedutoramente embrulhado com um falso aumento de 14,75% de salário e um suposto 15º mês, serve para instalar na opinião pública a ideia de que se paga mal por causa da carga fiscal e da Segurança Social e que a solução é cortar drasticamente no já baixo IRC e na TSU. Quando se sabe que as margens de lucro dilataram e são fator de inflação, os trabalhadores só seriam compensados pela redução do poder de compra se tudo fosse livre de impostos e de descontos para as suas reformas. Perante o desplante da desbragada demagogia, é bom que um adulto na sala recorde que são os impostos que pagam os médicos e professores que precisamos de contratar e que sem o contributo da TSU não há pensões presentes e futuras. Sendo perigosa, a proposta revela um sinistro calculismo: a CIP aproveita a aflição dos trabalhadores com a inflação e prestações da casa para lhes acenar com uma folga passageira nos rendimentos líquidos a troco de imporem, para agora e para o futuro, uma vitória absoluta de todos os seus interesses unilaterais.

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