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Macau ainda é relevante para a China?

O estatuto especial de Macau iniciou-se em 1999 e encerra-se em 2049. Chegou o momento de se fazerem avaliações

Em 2019, o governo chinês lançou o “Plano de Desenvolvimento Geral para a Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau” (GBA, na sigla inglesa). O objetivo é transformar a região – que inclui as duas Regiões Administrativas Especiais de Hong Kong e Macau, as Zonas Económicas Especiais de Shenzhen e Zhuhai, bem como as cidades de Guangzhou, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing – num dos maiores hubs económicos, financeiros, demográficos e tecnológicos do mundo. A área tem 56 mil km2 (tamanho da Croácia) e uma população de cerca de 87 milhões de pessoas (semelhante ao Irão). Isoladamente, é a 10ª maior economia do planeta.

Depois da transferência da soberania de Portugal para a China em 1999 e da liberalização do jogo em 2002, a integração de Macau na GBA foi o maior marco na história do território. Mas os principais jornais portugueses não noticiaram. O plano colossal chinês foi interrompido durante a pandemia, mas reativado no início de 2023. A imprensa em Portugal continuou a não noticiar.

A nova visão da China para a região dilui a relevância de Macau. A sua população de 700 mil habitantes é a menor entre todos os centros administrativos (Guangzhou tem 18 milhões), a sua área de apenas 33 km2 é a mais reduzida (Zhaoqing tem 14.891 km2), o seu PIB de US$ 21 mil milhões é o mais baixo (o de Shenzhen é US$ 476 mil milhões). Comparativamente aos seus novos pares, Macau é um homúnculo.

Para o professor catedrático Naubahar Sharif da Hong Kong University of Science and Technology (HKUST), no contexto macro da região, “Macau só é relevante porque tem o estatuto de Região Administrativa Especial”. A sua apresentação sobre o Plano de Desenvolvimento da GBA foi proferida a semana passada em Hong Kong a uma plateia de 30 líderes globais do Fórum Econômico Mundial.

Sharif subinha, porém, que não há qualquer vontade da China em revogar o estatuto especial de Macau. Apesar dos senões do ex-território administrado por Portugal, o governo chinês tem tratado Macau como um filho bem-comportado no contexto de “um país, dois sistemas. Funciona, por isso, como um laboratório e um transmissor de mensagens políticas para Hong Kong e Taiwan:

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