JOSE SENA GOULAO/Lusa
Web Summit “é evento tecnológico e não geopolítico”, repetiu Moedas, depois de debandada de tecnológicas à conta de comentários do fundador do certame sobre o conflito Israel-Hamas. Principais partidos em Lisboa aprovaram novo apoio à Web Summit, esquerda à esquerda do PS opôs-se
A Câmara de Lisboa aprovou esta quarta-feira a atribuição de sete milhões de euros à Associação de Turismo de Lisboa (ATL) para a realização da próxima edição da conferência Web Summit, que se realiza entre 13 e 16 de novembro.
Em reunião privada do executivo camarário, a proposta para a realização da Web Summit 2023 na cidade de Lisboa foi aprovada com os votos a favor da liderança PSD/CDS-PP e do PS e os votos contra dos restantes eleitos, designadamente de PCP, BE, Livre e vereadores independentes eleitos pela coligação PS/Livre, do Cidadãos por Lisboa.
Na anterior edição do evento, em 2022, a atribuição de apoio financeiro por parte do município -- nesse ano foi no valor de 6,3 milhões de euros - foi aprovada com igual votação por parte das forças políticas que compõem o executivo camarário.
Apresentada pelo vereador da Economia e Inovação, Diogo Moura (CDS), a proposta determina a transferência para a ATL de 7.067.864 euros, para “assegurar a cedência, disponibilização dos espaços necessários à realização do evento e dos serviços de Wi-Fi/ICT”.
“Estamos em contacto diário com o evento”, garante Moedas
No sábado, o cofundador da Web Summit Paddy Cosgrave demitiu-se do cargo depois de várias empresas cancelarem a participação no evento, na sequência de afirmações que fez sobre o conflito que envolve Israel e a Palestina.
“Nós estamos em contacto diário com o evento. Sabemos aquilo que foi o caso de um comentário feito sobre geopolítica, de alguém que tem responsabilidades, mas que não é a Web Summit”, afirmou Carlos Moedas esta manhã em Lisboa, à margem da apresentação da 1.ª etapa da Volta a Espanha.
Paddy Cosgrave escreveu em 13 de outubro na rede social X (antigo Twitter) uma publicação que deu origem a várias críticas.
Na sequência da publicação, várias empresas anunciaram que iriam cancelar a participação no evento, situação que levou Paddy Cosgrave a demitir-se de presidente executivo (CEO) da Web Summit. Entre as empresas que anunciaram o cancelamento estão a Amazon, Meta, Google, Intel, Siemens e investidores israelitas.
Comentando esta manhã a polémica, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa reiterou o que já tinha dito no fim de semana, insistindo que a Web Summit é um evento de inovação e de tecnologia e não geopolítico e assegurou que está "empenhado para que tudo corra bem".
"Eu gostava muito e penso que é importante para Lisboa que o evento corra bem. Portanto, farei tudo para que isso aconteça. Como presidente da Câmara de Lisboa é o meu dever", afirmou.
Na terça-feira, em comunicado, o Ministério da Economia e do Mar garantiu que o Governo se mantém "empenhado" na realização da Web Summit, adiantado que contactos efetuados com diferentes parceiros do evento mostram haver condições para que este decorra com normalidade.
"Dando cumprimento ao acordo celebrado com o Web Summit, o Governo mantém-se assim empenhado na realização do evento, nesta e nas próximas edições, e tudo fará para que a iniciativa decorra como o previsto", referia a nota.
A Web Summit vai decorrer em Lisboa de 13 a 16 de novembro, sendo esperadas 2.600 'startups' e cerca de 70 mil participantes.